quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Concretismo - Literatura

A literatura, entre outras funções, promove arte. Arte de palavras como comunicação humana.
A linguagem acompanha o contexto histórico e social da vida humana, alem de que, evolui no tempo. A linguagem literária ganha nova roupagem conforme a sociedade, localidade, evolução e interesse atual.
Na atualidade, estamos envoltos por uma diversidade comunicativa enorme, pensando nisto convém falar sobre um movimento da linguagem na poética no Brasil : O Concretismo. Este movimento iniciado por volta dos anos sessenta reflete-se aos dias atuais. (Décio Pignatari e os irmãos Augusto e Haroldo de Campos lançam oficialmente em 1956, na cidade de São Paulo, a Exposição Nacional de Arte Concreta). O poema concreto deu margem a outros estilos livres como  opoema-processo.
Atualmente os recursos possibilitam a poesia concreta em música, ou visual já utilizada com outras ferramentas.
 Depois do Concretismo, creio poder afirmar, a concepção formal de um poema nunca mais foi a mesma, e aliás, pode ser considerado um assunto extremante atual justamente pelos métodos comunicativos contemporâneos em que há a busca do atrativo. Podemos dizer então que, hoje, muitos poemas para serem admirados ou entendidos, precisam ser vistos? Talvez não necessariamente porém, os recursos visuais despertam maior interesse na maioria das pessoas.
O que é o concretismo e como surgiu?
O Concretismo é o nome dado a uma linha de poemas construídos a partir de sílabas, palavras em que busca-se dar um sentido não só pela escrita como também pela proposta visual.
Segundo Décio Pignatari (Comunicação Poética, 1977) “o poema é um ser de linguagem. Para o poeta a linguagem será sempre um ser vivo que estará criando o mundo da linguagem e a linguagem do mundo.”
Como haviam feito os modernistas de 1922, os concretistas buscavam uma poesia ideológica/artística já que, historicamente falando, a cidade de São Paulo vivia em pleno apogeu da era de J.K. (Juscelino Kubitschek), passava pelo processo de metropolização e pelo desenvolvimento industrial. O progresso se alastrou de maneira acelerada; as casas já mantinham televisores, eletrodomésticos, telefones; carros e ônibus tomaram definitivamente o espaço dos bondinhos; os produtos americanizados já faziam parte da maioria das mesas brasileiras. A coca-cola e o rockn’roll eram o assunto do momento. E é nessa intensa modernização que surgem os Concretistas, intelectuais ansiosos pelo novo, pela poesia e prosa renovadas, autênticas, sem mesura nem docilidade, apenas o concreto da palavra: o significado e o significante.
A poesia concreta brinca com      o significativo das palavras ou na montagem de figuras tridimensionais que se encaixam e desencaixam, dando origem a novos significados. Segundo Haroldo de Campos, “o poema concreto é uma realidade em si, não um poema sobre”. (CAMPOS,2006 p,71).
Assim descreve BOSI: “O Concretismo toma a sério, e de modo radical, a definição de arte como techné, isto é, como atividade produtora. O poema é identificado como objeto de linguagem”. (Antologia da Literatura Brasileira 1994, p.476)

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