quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A B surdos e mudos na E D ucação

Absurdos e Mudos na Educação

Se no dito popular  “o verdadeiro surdo é aquele que não quer ouvir”, então o verdadeiro mudo é aquele que não quer falar o que precisa ser dito.
Até quando profissionais da educação continuarão debatendo sobre considerar a realidade do aluno, mas na verdade são mudos na sala de aula para as questões reais e horripilantes do cotidiano do educando?
Chegamos a um ponto que passar o conteúdo programado na grade escolar não tem sentido se não estiver conectado, interligado com o contexto que nos rodeia. Nada adianta o professor encher o quadro de formas geométricas e cálculos se é no corpo de adolescentes que encontramos a mais perfeita geometria ou círculo ”vicioso” de violência estampado em marcas roxas e ferimentos de uma surra por alguém alcoólatra. Ou passar para o aluno todas as gerações artísticas e poéticas historicamente, e pedir para que produza uma poesia sobre o amor, se em sua casa há um casal que está em processo de separação. Ou ainda, usar todos os recursos tecnológicos e visuais em sala em uma aula linda e maravilhosa, se o que ele assiste em casa na televisão é o marido traindo a esposa, pais brigando com os filhos e apanhando deles, professores sendo agredidos verbalmente e feito fantoches nas mãos de indivíduos representados por artistas consagrados como se tudo fosse perfeitamente normal. Você já ouviu falar do ditado que diz: “Nadou,nadou e morreu na praia”? Se professores não usarem argumentos convincentes para formar opiniões críticas, com certeza será uma luta perdida.
O professor atual precisa despertar no educando uma reflexão tão profunda a ponto de que este consiga refletir sobre aquilo que vê ou ouve e consiga distinguir o momento de filtrar o que pode ser aproveitado sem que isso atinja negativamente alguém ou a si próprio. Que mostre ao educando seja ele jovem ou adulto, que certos programas que passam na televisão em horário nobre por exemplo são capazes de fazer de um terrorismo uma simples comédia, e tudo parecer normal. Que propagandas sejam pela TV, internet, jornais, revistas, procuram convencer pessoas de todas as faixas etárias ao consumismo e preconceitos.
Como professores, o que seria importante: Cumprir o conteúdo proposto pela escola? Passar horas tentando ajudar o aluno a somar ou corrigir seus erros ortográficos ou de pontuação em textos, entender uma tabela periódica, um mapa ou palavras em inglês? Somente isso?
Se o objetivo é fazer a diferença na vida do educando, formar opiniões, e outras tantas frases belas que são ouvidas e faladas por profissionais da educação, então que não sejamos mudos, que usemos as aulas já preparadas pelos acontecimentos  e absurdos diários, façamos debates. Também que nossos ouvidos estejam abertos realmente para ouvir o aluno, ouvir não custa nada e é o primeiro passo para conquistar confiança.
Que as dificuldades da profissão não ceguem e nem emudeçam. Que professores sejam lembrados como verdadeiros mestres. Que estudantes percebam através de professores, coordenadores, diretores, apoio, enfim, coisas que em nenhum outro lugar senão na escola há a possibilidade como: reflexão, amor, carinho, conhecimento, união, família, companheirismo, e outras coisas de suma importância que infelizmente são banalizadas por meios comunicativos, visuais e auditivos e tentam de toda forma contaminar e induzir mentes. Absurdo mesmo é o professor “surdo e mudo” em sala, incapaz de fazer refletir, tirar vendas dos olhos e tampões de ouvidos iludidos.


Professora Kátia Fraitag

Nenhum comentário:

Postar um comentário